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sexta-feira, 20 de abril de 2012

A chama da Alma


A chama da Alma

Havia um sábio Rei que apesar de ser muito rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado de sua riqueza.
De uma forma bastante estranha, quanto mais ele doava ao seu povo, auxiliando-o, mais os cofres do seu fabuloso palácio se enchiam.
Um dia, um súdito que estava passando por muitas dificuldades, procurou o rei. Ele queria descobrir qual era o segredo daquele poderoso e rico monarca.
O súdito muito religioso não conseguia entender como é que o rei, que não estudava as sagradas escrituras, nem levava uma vida de penitência e renúncia, ao contrário, vivia rodeado de luxo e riquezas, e não se contaminava com tantas coisas materiais…
Afinal, ele, súdito, havia renunciado a todos os bens da terra, vivia meditando e estudando e, contudo, se reconhecia com muitas dificuldades na alma. Sentia-se em tormenta. E o Rei era virtuoso e amado por todos…
Ao chegar em frente ao rei, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma, e o rei lhe respondeu:
- Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio e você descobrirá qual é o meu segredo.
- Porém, há uma condição: se você deixar que a chama da lamparina se apague, cairá morto no mesmo instante.
O súdito pegou uma lamparina, acendeu e começou a visitar todas as salas do palácio. Duas horas depois voltou à presença do Rei, que lhe perguntou:
- Você conseguiu ver todas as minhas riquezas do palácio?
O súdito, que ainda estava tremendo da experiência porque temia perder a vida, se a chama apagasse, respondeu:
- Majestade, eu não vi absolutamente nada. Estava tão preocupado em manter acesa a chama da lamparina que só fui passando pelas salas, e não notei nada.
Com o olhar cheio de misericórdia, o rei contou o seu segredo.
- Pois é assim que eu vivo. Tenho toda minha atenção voltada para manter acesa a chama da minha alma, que, embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam.
- Tenho a consciência de que sou. Eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença e não o contrário.

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segunda-feira, 16 de abril de 2012

VITÓRIA RÉGIA


VITÓRIA RÉGIA


Vitória Régia
A lenda da vitória-régia é uma lenda brasileira de origem indígena tupi-guarani.
Há muitos anos, em uma tribo indígena, contava-se que a lua ,era uma deusa que ao despontar a noite, beijava e enchia de luz os rostos das mais belas virgens índias da aldeia, Sempre que ela se escondia atrás das montanhas, levava para si as moças de sua preferência e as transformava em estrelas no firmamento.
Uma linda jovem virgem da tribo, a guerreira Naiá, vivia sonhando com este encontro e mal podia esperar pelo grande dia em que seria chamada pela lua.
Um dia, tendo parado para descansar à beira de um lago, viu em sua superfície a imagem do deusa amada: a lua refletida em suas águas. Cega pelo seu sonho, lançou-se ao fundo e se afogou. A lua, compadecida, quis recompensar o sacrifício da bela jovem índia, e resolveu transformá-la em uma estrela diferente de todas aquelas que brilham no céu. Transformou-a então numa "Estrela das Águas", única e perfeita, que é a planta vitória-régia.
Assim, nasceu uma linda planta cujas flores perfumadas e brancas só abrem à noite, e ao nascer do sol ficam rosadas

sábado, 28 de janeiro de 2012

Os Compadres Corcundas

Os Compadres Corcundas

Era uma vez, dois compadres corcundas, um Rico outro Pobre. O povo do lugar vivia zombando da corcunda Pobre e não reparava no Rico. A situação do Pobre andava preta, e ele era caçador.

Certo dia, sem conseguir caçar nada, já tardinha, sem querer voltar para casa, resolveu dormir ali mesmo no mato.
Quando já ia pegando no sono ouviu uma cantiga ao longe, como se muita gente cantasse ao mesmo tempo.

Saiu andando, andando, no rumo da cantiga que não parava. Depois de muito andar, chegou numa clareira iluminada pelo luar, e viu uma roda de gente esquisita, vestida de diamantes que brilhavam com a lua. Velhos, rapazes, meninos, todos cantavam e dançavam de mãos dadas, o mesmo verso, sem mudar:

Segunda, Terça-feira,
Vai, vem!
Segunda, Terça-feira,
Vai, vem!

Tremendo de medo, escondeu-se numa moita e ficou assistindo aquela cantoria que era sempre a mesma, durante horas.

Os Compadres Corcundas

Depois ficou mais calmo e foi se animando, e como era metido a improvisador, entrou no meio da cantoria entoando:

Segunda, Terça-feira,
Vai, vem!
E quarta e quinta-feira,
Meu, bem!

Calou-se tudo imediatamente e aquele povo espalhou-se procurando quem havia falado. Pegaram o corcunda e o levaram para o meio da roda. Um velhão então perguntou com voz delicada:

- Foi você quem cantou o verso novo da cantiga?

- Fui eu, sim Senhor!

- Quer vender o verso? - perguntou então o Velhão.

- Quero sim, senhor. Não vendo não, mas dou de presente porque gostei demais do baile animado.

O Velho achou graça e todo aquele povo esquisito riu também.

- Pois bem - disse o Velhão - uma mão lava a outra. Em troca do verso eu te tiro essa corcunda e esse povo te dá um Bisaco novo!

Passou a mão nas costas do caçador e a corcunda sumiu. Lhe deram um Bisaco novo e disseram que só o abrisse quando o sol nascesse.

Os Compadres Corcundas

O Caçador meteu-se na estrada e foi embora. Assim que o sol nasceu abriu o bisaco e o encontrou cheio de pedras preciosas e moedas de ouro.

No outro dia comprou uma casa com todos os móveis, comprou uma roupa nova e foi à missa porque era domingo. Lá na igreja encontrou o compadre rico, também corcunda. Este quase caiu de costas, assombrado com a mudança. Mais espantado ficou quando o compadre, antes pobre e agora rico, contou tudo que aconteceu ao compadre rico.

Então cheio de ganância, o rico resolveu arranjar ainda mais dinheiro e livrar-se da corcunda nas costas.

Esperou uns dias e depois largou-se no mato. Tanto fez que ouviu a cantoria e foi na direção da toada. Achou o povo esquisito dançando numa roda e cantando:

Segunda, Terça-feira,
Vai, vem!
Quarta e quinta-feira,
Meu, bem!

Os Compadres Corcundas

O Rico não se conteve. Abriu o par de queixos e foi logo berrando:

Sexta, Sábado e Domingo,
Também!

Calou-se tudo novamente. O povo esquisito voou para cima do atrevido e o levaram para o meio da roda onde estava o velhão. Esse gritou, furioso:

Quem mandou se meter onde não é chamado seu corcunda besta? Você não sabe que gente encantada não quer saber de Sexta-feira, dia em que morreu o filho do alto; sábado, dia em que morreu o filho do pecado, e domingo, dia em que ressuscitou quem nunca morre? Não sabia? Pois fique sabendo! E para que não se esqueça da lição, leve a corcunda que deixaram aqui e suma-se da minha vista senão acabo com seu couro!

O Velhão passou a mão no peito do corcunda e deixou ali a corcunda do compadre pobre. Depois deram uma carreira no homem, que ele não sabe como chegou em casa.

E assim viveu o resto da sua vida, rico, mas com duas corcundas, uma na frente e outra atrás, para não ser ambicioso.

Nota: Conto de origem européia, levemente adaptado pelos brasileiros.

Fonte: sitededicas.uol.com.br http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/literatura-infantil-contos-tradicionais/os-compadres-corcundas.php

domingo, 22 de janeiro de 2012

Um conto de fadas bem maluquinho - Sheila Jorge

Era uma vez uma menininha muito fofa chamada Chapeuzinho Vermelho.

Seu nome era esse porque sua mãe fez para ela um casaquinho vermelho com um capuz e ela só usava ele, no frio e no calor.

Um belo dia, sua mãe pediu que ela fosse visitar sua vovozinha, que morava em uma casinha na floresta e estava meio dodói.

Então, ela pegou uma cestinha e foi pela estrada a fora, bem sozinha, levar uns doces para a vovozinha…

Com medo de encontrar o Lobo Mau pelo caminho, ela pegou um atalho e foi pela floresta.

Logo ela encontrou uma casinha bem bonitinha e bateu na porta: pam, pam, pam…

E uma menininha de Cachinhos Dourados abriu a porta.

Ela perguntou: – é aqui que a vovozinha mora?

E Cachinhos Dourados respondeu: – não, aqui é a casa dos 3 ursos. Quer tomar um mingau comigo?

Ela agradeceu, mas resolveu seguir seu caminho.

Logo adiante ela encontrou outra casinha e novamente bateu na porta: pam, pam, pam…

Dessa vez quem abriu foi uma linda moça branca como a neve, lábios vermelhos como o sangue e cabelos negros como o ébano.

Chapeuzinho Vermelho perguntou: – aqui é a casa da vovozinha?

E a moça respondeu: – não, aqui é a casa dos 7 anões. Quer entrar e comer uma maçã?

Ela ficou tentada a aceitar o convite, mas preferiu continuar sua procura pela casa da vovó.

Em seguida, passou por uma casa muito estranha, cheia de doces em volta, mas como escutou gritos de um menino e uma menina, ficou com medo e resolveu não bater lá… que sorte, era a casa da bruxa má que havia prendido João e Maria.

Saiu para procurar ajuda para os meninos e bateu em uma casinha de palha que ficava bem perto dali… Pam, pam, pam…

Um porquinho muito medroso, nem abriu a porta e já foi mandando ela ir embora dali por causa de um Lobo Mau que estava rondando a vizinhança.

Ela ficou mais assustada ainda e começou a chorar.

De repente, apareceu um coelho branco, de casaca e relógio, que falava sem parar que estava atrasado e ela pediu ajuda a ele.

O coelho disse que não podia ajudá-la, pois tinha que tirar uma tal de Alice da casa dele, pois ela tinha comido uma pastilha e estava enorme! seu pé até tinha entupido a chaminé dele, acredita?

Ela parou de chorar e continuou sua busca pela casa da vovozinha.

Encontrou uma casinha tão bonitinha que parecia até uma casinha de bonecas. E não é que era? Era a casa do Gepeto, pai do Pinóquio e ela nem precisou fazer pam, pam, pam na porta porque a mesma estava aberta e adivinha quem estava lá dentro: a vovozinha! jogando baralho com Eles!

Chapeuzinho ficou muito feliz por ter encontrado sua vovó e eles mais ainda por ela ter chegado com aquela cesta cheia de docinhos para adoçar o dia deles…

Xiiii, falando em doces, o que será que aconteceu com João e Maria?

Ah… eles conseguiram escapar e a bruxa se contentou em cozinhar o Lobo Mau para o jantar!

Sheila Jorge

Fonte: http://contosdeninar.wordpress.com/2011/05/15/um-conto-de-fadas-bem-maluquinho/#comments

sábado, 7 de janeiro de 2012

A Centopéia e seus Sapatinhos - Milton Camargo

Naquela manhã, a Centopeinha acordou mais cedo.

Era dia de comprar sapatos e ele gostava muito de fazer compras.

Levantou, arrumou a sua caminha e foi para sala tomar café.

Sua mãe já tinha arrumado a mesa. O café estava quentinho e havia uns bolinhos de que ela gostava muito.

-Menina, ande logo! Senão vamos chegar muito tarde, e não vai dar tempo de comprarmos todos os sapatos de que precisamos.

Dona Centopéia e sua filha pegaram os seus chapéus e suas sombrinhas, porque estava um sol muito forte, e saíram.

Quando chegaram à loja, a joaninha veio atendê-las:

-Bom dia, D. Centopéia! Como sua filha está bonita! Fazia tempo que a senhora não aparecia.

A Centopeinha e sua mãe foram olhar os sapatos que estavam na vitrina.

A Centoprinha pediu um sapato vermelho, muito bonitinho.

A Joaninha subiu e desceu a escada, subiu e desceu, subiu e desceu diversas vezes para razer os pares de sapato para amenina.

A Joaninha colocou os sapatos na Centopeinha e ela andou um pouco para ver se eles não apertavam os seu pezinhos.

-Dona Joaninha, estão muito apertados. Não tem um número maior?

-pediu a Centopeinha.

E a Joaninha subiu e desceu novamente a escada, subiu e desceu, subiu e desceu diversas vezes para buscar sapatos maiores.

Quando acabou de colocar os sapatos nos pés da Centopeinha, a Joanhinha não tinha mais forças nem para levantar.

Dona Centopeia, então abriu a sua bolsinha, pagou os sapatos e disse para Joanhinha:

-Você, hoje está muito cansada. Amanhã eu volto para comprar os meus sapatos.

E a Joaninha desmaiou.