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terça-feira, 15 de novembro de 2011

NATAL EM PAZ

NATAL EM PAZ

Por Débora Villela Petrin


Aromas de amor, pingando células de luz,

cobrem os paladares ávidos de harmonia,

Reis se acomodam em cadeiras soberbas,

'a espera do ser magistral, em sua imagem sagrada,

Espelhos rotativos cruzam caminhos sangrentos,

sem mágoas aparentes, a celebração é consagrada na taça mágica da vida,

Nasce a figura do libertador! Envolta em manta transparente,

a palavra PAZ é nomeada como fonte de vida eterna,

Os olhos sentem a magnitude da fé,

transbordando o tom da oração aos corações sedentos.

Débora Villela Petrin

Noite Mágica - Débora Villela Petrin

Em uma casa no alto de uma montanha com muita nebulosidade morava um senhor bondoso, com cabelos grisalhos e encaracolados, olhos verdes, pele clara, rosto com traços delicados e expressivos. A casa era “decorada” pela generosidade dessa doce criatura.
Toda pintada na cor ocre, as janelas eram feitas de madeira em formato de pequenos corações entrelaçados, as cortinas tinham a transparência para que a luz do dia invadisse a sua alma de amor, os quartos eram pequenos e cheios de lembranças de um passado esplendoroso, os objetos possuíam as marcas desse outrora, os tapetes macios faziam as pegadas das suas botas serem suaves, sem ruídos nenhum, os únicos sons possíveis de serem ouvidos eram os dos pássaros gorjeando nas manhãs cobertas pela névoa, nas quais o céu aos poucos se abria mostrando toda a sua beleza com o seu azul radiante.
O senhor era um colhedor de trigo, o cultivo do mesmo era intenso na região. No meio de tanto trigo, as inúmeras flores, pelas quais a casa era cercada, os miosótis, as flores do campo, os ipês, as dálias, todas elas com suas cores vivas deixavam a paisagem do topo da montanha ainda mais bela.
Durante toda sua vida ele havia passado a maior parte do tempo entre as colheitas de trigo, com as flores, livros e recordações... E também com a preocupação em oferecer no Natal, pequenos presentes as crianças da comunidade, mas durante esse ano ele não tinha a quantia suficiente para a compra dos mesmos, assim ele andava muito pensativo... Sentado em sua cadeira de balanço com a sua manta sobre as suas pernas, ele pensava em como poderia ofertar algo para as crianças que tanto alegravam a sua vida, e especialmente na noite de Natal, na qual a comunidade se agrupava, e como em um casulo compartilhavam do calor de estarem todos juntos para celebrarem a noite tão esperada e especial para todos.
Os dias foram passando, e em uma bela manhã junto ao cantar de um sabiá, ele foi ao trigal, e recolheu todos os trigos mais verdes da safra, ficou horas fazendo essa colheita. E assim construiu uma árvore gigante utilizando eles, criou uma verdadeira escultura usando dos recursos naturais para isso. Trigo, folhas, flores, uma obra-de-arte elaborada com simplicidade e criatividade. Colocou bilhetinhos por toda a árvore, e nesses pedacinhos de papel escreveu mensagens para as crianças, palavras de amor, de encorajamento, de paz, de sentimentos que só os nossos corações podem sentir.
Deixou a gigante árvore guardada para a Noite de Natal. Nessa noite tão esperada, quando ele abriu a porta do local no qual a mesma estava escondida, ele teve a sensação de estar sonhando...
Em cada pedaço de sua obra-de-arte, havia, caixas de presentes com anjos feitos de chocolate iluminados por luzes multicoloridas... As crianças quando entraram ficaram com os sorrisos estarrecidos pela beleza do momento, as luzes das caixinhas brilhavam de uma maneira tão intensa que ofuscaram as luzes artificiais. E assim todos ficaram iluminados por essa alegria contagiante do amor ser transformado em pura realidade...
O amor, o mais gracioso de todos os bens... O maior presente dado aos seres humanos, nessa Noite Mágica.
Débora Villela Petrin

Fonte: http://www.paralerepensar.com.br/natalempaz.htm

sábado, 12 de novembro de 2011

AGUARDANDO O MENINO QUE VIRÁ!

A rosa de Natal - (Selma Langerloff)

O convento de Oved, próximo as grandes cadeias de montanhas geladas, estava em festa. Esperavam, embora não soubessem o dia ao certo, a visita de seu Arcebispo.

Todos se movimentavam. No meio dos preparativos do trabalho normal do dia e das orações agora limpavam as clausuras, varriam os grandes corredores, poliam os metais, limpavam a grande capela.

Tudo para mostrar organização e alegria por tão importante visita. Além de todas as responsabilidades o Abade Hans ainda, tinha tempo para cuidar de seu jardim. Ah! O jardim do Convento era realmente uma beleza!

As rosas eram as mais lindas. As begônias, os cravos sempre difíceis de pegar e florescer sempre nos mais diversos matizes. Também, o tempo ajudava.

Era verão e a neve estava bem distante. A única coisa que entristecia aos moradores da vila e do convento era a existência de um “salteador”.

Era conhecido só por este nome, Salteador. Era temido por todos, embora nunca ninguém o tivesse visto. Todos sabiam que morava com a mulher e filhos no alto da montanha, lá onde o frio era grande e a neve nunca deixava de cair.

Diziam no povoado que o “Salteador” quando jovem havia matado um homem, numa briga. Fugira se escondendo no alto da montanha. Seu castigo seria a prisão. Porisso nunca descia. Mas a mulher e seus filhos quando precisavam de comida ou algum vestuário vinham até o sopé da montanha e exigiam.

O povo temeroso da vingança do salteador dava-lhes tudo. E assim foi passando o tempo.

Um dia, próximo a chegada do Arcebispo, a mulher do salteador desceu a montanha e se aproximou do convento viu que uma de suas portas laterais estava aberta, o que não era comum, mas com a chegada do Arcebispo tudo estava acontecendo diferente.

Logo se aproximou e entrou. Assim que transpôs o umbral da porta deu de frente com um lindo jardim, florido com todas as tonalidades existentes, uma maravilha.

Quase não acreditou no que viu. Ela e os filhos entraram e começaram a andar e apreciar tanta beleza. Neste exato momento também chega ao jardim um dos auxiliares do Abade Hans, conhecimento simplesmente por “Irmão Leigo” e foi logo dando o maior sermão.

Vocês não podem entrar, isto é um convento somente dos frades. Saiam, saiam! Quanto mais falava mais a mulher e seus filhos penetravam pelas grandes alamedas.

A gritaria foi tanta que o Abade Hans ouviu lá de dentro e saiu rápido para ver o que havia acontecido.

A mulher não se deu por achada. Bateu pé que não sairia enquanto não visitasse aquele jardim. E para falar a verdade aquele jardim era bonito, mas não era o MAIS BONITO do mundo. Ela sim conhecia um diferente. Só de rosas haviam milhares.

E as brancas?
Inigualáveis. Elas floresciam em pleno inverno. E essas só aparecem no verão.

Ah! as suas rosas. Não existiam iguais.

E aquelas ali não chegavam nem aos pés. Ao ouvir isto o Abade Hans, amante das flores, das folhagens e em especial das rosas não acreditou e pediu-lhe para contar como era esse jardim de natal, nascidas durante o rigoroso inverno das montanhas.

E ela, misto de vaidade e ousadia falou de seu jardim de natal, onde tudo florescia; os pássaros cantavam; as águas corriam.

Tudo isto acontecia somente na noite de natal. E era só para eles. O Abade Hans estava perplexo. Já tinha ouvido falar deste misterioso jardim de Natal que florescia em pleno inverno no alto da montanha. Achou que era exagero do povo. Pediu à mulher que o levasse lá.

A mulher do “Salteador” resolveu levá-lo. Ficou combinado que próximo ao Natal ela ou um dos filhos viria pegá-lo. E o tempo passou.

O tempo passou e finalmente o Arcebispo chegou. Foram muitas comemorações.

O velho Abade lembrou a visita da mulher do Salteador e resolveu interceder por ele junto ao Arcebispo que era a maior autoridade da região. Somente ele poderia conseguir a indulto/absolvição do salteador. O Abade argumentou, argumentou e para finalizar, tentando obter a atenção do seu superior contou sobre o jardim de natal do alto da montanha.O astuto arcebispo ouviu toda a história e sabendo ser impossível aquilo tudo pensou nada pedir para o salteador. Ficaria tudo como estava.

Mas.... pediu, já que o Abade iria ao alto da montanha, ele pediu que trouxesse uma rosa branca, em pleno inverno.Próximo ao Natal o Abade Hans se preparou. Finalmente a esposa do Salteador cumpriu a promessa e lá foram eles montanha acima.

Quando chegou na caverna onde vivia a família ficou horrorizado com a pobreza existente. Foi o tempo de descansar um pouco, informar-lhes que havia pedido o indulto ao Arcebispo e logo em seguida seguiram para o lado mais inclinado da montanha.

Lá surgiria o jardim de natal. Não demorou muito e o Abade começou a ouvir sons inexistentes há minutos atrás. Parecia canto de pássaros, folhagem se movimentando, pequenos animais indo e vindo. Finalmente o Abade ouviu som de água em movimento, montanha abaixo.

Começou a enxergar os grandes pinheiros com seus galhos repolhudos acolhendo inúmeros pássaros. Não acreditava em tamanha beleza.

E o cheiro de terra molhada? O coração do velho Abade parecia que não cabia mais nada. Era muita felicidade. Seus olhos encheram-se de lágrimas.

Os grandes ursos passavam próximo preocupados em procurar colméias para comer o saboroso mel. Toda a floresta agora inteiramente formada era só movimento, beleza e harmonia.Entretanto, este encanto foi quebrado pelas duras palavras do Irmão Leigo, que não tendo sensibilidade alguma não acreditava que um milagre poderia acontecer. Grito alto: Sai daqui Satanás. Isto não poder estar acontecendo. Assim que disse as últimas palavras tudo desapareceu por encanto. Todos estarrecidos com o fato não acreditavam no que viam.

A sua noite de natal acabara!. Foi neste momento que o Abade Hans sentiu que suas forças lhe abandonavam e cai morto no chão gelado da montanha.Assim que o corpo do Abade Hans chegou ao Convento de Oved começaram os preparativos para o velório.

Logo notaram que ele trazia fechado em suas mãos uns ramos, parecidos com mudas de plantas. Tiraram deixando de lado.Nessa altura o Irmão Leigo consciente de sua burrice não tinha o que fazer. Sua insensibilidade havia terminado com tudo.

Teve uma idéia de plantar aqueles ramos trazidos pelo Abade.

No próximo Natal o Irmão Leigo, muito triste passeava pelo jardim agora coberto de neve se lembrando do amigo que ele perdera. Observou um canteiro. Havia algo diferente. Não acreditou no que via. Em pleno inverno, no local onde havia plantado os ramos trazidos pelo Abade Hans, havia crescido a mais linda rosa que já vira, nascida em pleno inverno.

Chamou todos do convento. Imediatamente lembrou da conversa do Abade com o Arcebispo e a promessa de trazer-lhe uma rosa, nascida no inverno. Apanhou a flor e levou-a até a residência do Arcebispo, longe dali. Assim que viu a rosa e a explicação do Irmão Leigo o Arcebispo sentiu que algo de diferente havia acontecido.

Providenciou o documento de soltura do “Salteador” que pode descer a montanha e viver como os demais moradores do Vale uma vida digna de trabalho e liberdade.

(Retirada do livro Contos de Selma Langerloff)

sábado, 29 de outubro de 2011

VOVÓ E NETINHA

Era uma vez uma vovó que queria visitar a netinha para levar para ela um delicioso bolo e um casaco de presente.

A avó abriu a porta (abrir a mão direita),

Saiu (levantar o polegar),

Fechou a porta (fechar a mão),

Subiu colina, desceu colina, subiu colina, desceu colina (movimentar as mãos em sobe e desce).

Bateu à porta (toc, toc, toc, batendo na mão esquerda, que está fechada),

Mas não havia ninguém em casa.

Então, ela voltou pra casa.

Subiu colina, desceu colina, subiu colina, desceu colina (movimentar as mãos em sobe e desce).

Abriu a porta (abrir a mão direita),

Entrou (recolher o polegar direito),

E fechou a porta (fechar a mão direita).

No outro dia, a netinha resolve visitar a avó.

(Atenção, repetir o processo com a mão esquerda, sendo que a vovó também não está em casa!)

Um dia, as duas têm a mesma ideia de se visitarem e saem de casa,

(Atenção, repetir o processo com as duas mãos juntas)

Elas se encontram no meio do caminho...

E se beijam felizes!

Fonte: Caso alguém conheça a autoria, favor me avisar.


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Bumba-meu-boi

Recontada por Claudia Rodrigues Gomes

Foi há muito tempo que tudo aconteceu, em uma fazenda cujo dono era muito rico, suas terras se estendiam a perder de vista, havia várias criações de animais como gado, porcos, galinhas... Nesta fazenda também havia muitos empregados.

Um dia Catirina ,que estava grávida , e era esposa de um caboclo chamado Francisco , sentiu desejo de comer língua de boi

- Francisco, tô com vontade de comer língua de boi - disse a mulher.

- Você está doida, mulher? Desde quando pobre come carne? Não temos boi. O gado pertence ao patrão.

- Ah! Francisco, eu quero! Tenho uma idéia, você não precisa matar o boi, é só cortar a língua dele, ninguém vai perceber.

- Ah! Não, não e não.

Mas Francisco, naquela noite ficou preocupado e não conseguia dormir, andava de um lado para o outro sem parar. Até que , de repente... ele decidiu ; pegou um facão, foi até o pasto e escolheu o boi mais gordo, mais bonito e que parecia mais forte. Levou-o para a mata e então cortou sua língua, deixando-o amarrado a uma árvore.

Levou a língua para casa e Catirina colocou na panela, cozinhou, cozinhou e depois que estava pronta , ela comeu, comeu, comeu até não aguentar mais, sua barriga parecia que ia estourar de tão grande que ficou.

Quando estava quase amanhecendo , o fazendeiro foi ver os animais e sentiu falta do seu boi de estimação . Ele ficou furioso e chamou o capataz, e perguntou se ele havia visto o boi. Como o capataz não tinha visto nada o fazendeiro disse:

- Mande o capitão do mato reunir uns índios para sair à procura do boi na mata, porque os índios conhecem bem todos os caminhos.

Francisco estava muito preocupado com o boi e foi até a mata . Chegando lá ele viu que o boi estava moribundo, então ficou desesperado, sem saber o que fazer.

O capitão do mato acabou encontrando Francisco com o boi e perguntou o que tinha acontecido. Francisco explicou tudo e o capitão do mato disse:

- O patrão vai tirar seu “coro”, este boi era o preferido dele. Vou chamar um veterinário.

Quando o veterinário chegou examinou, examinou e disse:

- Esse não tem mais jeito.

O capitão do mato chamou um padre, que rezou, rezou, rezou e nada, e quando o boi deu o último suspiro ele falou:

- Não posso fazer milagres.

O capitão do mato levou todos até a fazenda, e quando o fazendeiro viu seu boizinho preferido mortinho, ficou doido de raiva e quis explicações.

O patrão mandou castigar Francisco com chibatadas e depois o expulsou da fazenda com sua mulher.

Francisco , machucado , e Catirina foram embora para a mata. Andaram, andaram, andaram... até que encontraram um Pajé, que foi logo perguntando o que faziam ali. Eles explicaram tudo e o Pajé disse:

- Vamos até a fazenda que vou tentar ajudá-los. - E foram.

Chegando lá ele pediu que todos se concentrassem, deu um remédio à base de ervas para o boi, fez rezas e entoou cantigas, pois o Pajé possui muita sabedoria, conhece muitas rezas, muitas ervas que curam, cantigas sagradas e histórias.

E de repente o boi começou a se mexer, mexer e foi levantando até que ressuscitou, e começou a dançar.

Todos ficaram muito felizes e fizeram uma festa. O patrão perdoou Francisco e Catirina. E até hoje se comemora a festa do boi em vários lugares do Brasil.



Amigos para sempre


Autora: Claudia Rodrigues Gomes

Em um reino distante havia uma senhora chamada Florentina. Ela tinha quatro filhas: Florina, Florisbela, Florípedes e Florzina. Certa vez sua filha mais velha, Florina, pediu um cachorrinho e a mãe resolveu atendê-la, trouxe um filhote branco lindo e colocou o nome de Thuthuco; passou um tempo e a segunda filha, Florisbela, pediu um gatinho, a mãe pensou, pensou e deu um gato malhado que chamaram de Mimoso.

A terceira filha, Florípedes, vendo que suas irmãs ganharam um bichinho de estimação, também quis um e pediu um pássaro. A mãe lhe trouxe um pássaro azul que logo foi chamado de Azulão. Como a quarta filha, Florzina, não havia pedido nada, ela lhe trouxe um peixinho que passou a se chamar Tiquinho por ser muito pequeno.

Os dias se passaram e elas divertiam-se muito com seus novos amigos, até que um dia, Mimoso passou a ter o desejo de comer aquele lindo pássaro azul. E o peixinho então... ele achava que devia ser delicioso.

As meninas tiveram que ficar vigiando, porém, havia horas que elas tinham que cumprir suas tarefas, estudo, ajudar a mãe nos trabalhos domésticos.

Thuthuco passou a tomar conta do gato, para que ele não fizesse nenhuma maldade aos outros indefesos. Ele vigiava dia e noite, passava horas olhando para o aquário e para a gaiola.

Florípedes então teve uma idéia:

- Vamos treinar o Azulão, para que ele fuja do Mimoso. E assim fez.

Azulão ficava solto e quando o gato vinha, ele voava bem alto para que Mimoso não o pegasse. E o gato então ficava furioso.

Vocês me perguntarão. E o peixinho no aquário? Ah! O Thuthuco continuava vigiando, com isso o cachorro ficava horas olhando para o aquário. Ele ficou com muita pena do peixe e passou a ter um carinho muito especial por ele.

Os dois conversavam sobre vários assuntos, tornaram-se grandes amigos, e o gato ficava lá observando e sentindo-se sozinho, quando sua dona não estava. Sentiu inveja do cachorro e foi conversar com ele.

- Como pode viver assim, sem ter vontade de comer este peixinho? - perguntou Mimoso

- Temos que nos respeitar, uns aos outros, veja como este peixe aí preso é indefeso. Imagine você preso em algum lugar. O que não queremos para nós, não podemos desejar para os outros. Sempre disseram que cachorro persegue gatos. Alguma vez já te persegui? Você gostaria que eu ficasse te perseguindo? Pense nisso e você entenderá. - disse o cachorro.

O gato saiu cabisbaixo e foi se deitar no seu cantinho. Pensou, pensou, até que chegou à conclusão de que o Thuthuco tinha razão.

Nunca mais ele perseguiu o Azulão e o Tiquinho. Surgiu entre eles uma grande amizade, recheada de amor, carinho, sinceridade e principalmente respeito.

As meninas ficaram muito felizes, pois podiam estudar e cumprir seus afazeres sem se preocupar com o que aconteceria na sua ausência.

No ano seguinte elas resolveram fazer uma grande festa de aniversário para seus bichinhos de estimação. Havia muitos convidados, inclusive eu, e todos nos divertimos muito, dançamos, cantamos e comemos vários doces. E assim, com todos estes sentimentos, todos viveram felizes para sempre...

Eros e Psiquê


Psiquê era a mais nova de três filhas de um rei de Mileto e era extremamente bela.

Sua beleza era tanta que pessoas de várias regiões iam admirá-la, assombrados, rendendo-lhe homenagens que só eram devidas à própria Afrodite.

Profundamente ofendida e enciumada, Afrodite enviou seu filho, Eros, para fazê-la apaixonar-se pelo homem mais feio e vil de toda a terra. Porém, ao ver sua beleza, Eros apaixonou-se profundamente.

O pai de Psiquê, suspeitando que, inadvertidamente, havia ofendido os deuses, resolveu consultar o oráculo de Apolo, pois suas outras filhas encontraram maridos e, no entanto, Psiquê permanecia sozinha. Através desse oráculo, o próprio Eros ordenou ao rei que enviasse sua filha ao topo de uma solitária montanha, onde seria desposada por uma terrível serpente. A jovem aterrorizada foi levada ao pé do monte e abandonada por seu pesarosos parentes e amigos. Conformada com seu destino, Psiquê foi tomada por um profundo sono, sendo, então, conduzida pela brisa gentil de Zéfiro a um lindo vale.
Quando acordou, caminhou por entre as flores, até chegar a um castelo magnífico. Notou que
lá deveria ser a morada de um deus, tal a perfeição que podia ver em cada um dos seus detalhes. Tomando coragem, entrou no deslumbrante palácio, onde todos os seus desejos foram satisfeitos por ajudantes invisíveis, dos quais só podia ouvir a voz. Chegando a escuridão, foi conduzida pelos criados a um quarto de dormir. Certa de ali encontraria finalmente o seu terrível esposo, começou a tremer quando sentiu que alguém entrara no quarto. No entanto, uma voz maravilhosa a acalmou. Logo em seguida, sentiu mãos humanas acariciarem seu corpo. A esse amante misterioso, ela se entregou.. Quando acordou, já havia chegado o dia e seu amante havia desaparecido. Porém essa mesma cena se repetiu por diversas noites.

Enquanto isso, suas irmãs continuavam a sua procura, mas seu esposo misterioso a alertou para não responder aos seus chamados. Psiquê sentindo-se solitária em seu castelo-prisão, implorava ao seu amante para deixá-la ver suas irmãs. Finalmente, ele aceitou, mas impôs a condição que, não importando o que suas irmãs dissessem, ela nunca tentaria conhecer sua verdadeira identidade.

Quando suas irmãs entraram no castelo e viram aquela abundância de beleza e maravilhas, foram tomadas de inveja. Notando que o esposo de Psiquê nunca aparecia, perguntaram maliciosamente sobre sua identidade. Embora advertida por seu esposo, Psiquê viu a dúvida e a curiosidade tomarem conta de seu ser, aguçadas pelos comentários de suas irmãs.
Seu esposo alertou-a que suas irmãs estavam tentando fazer com que ela olhasse seu rosto, mas se assim ela fizesse, ela nunca mais o veria novamente. Além disso, ele contou-lhe que ela estava grávida e se ela co
nseguisse manter o segredo ele seria divino, porém se ela falhasse, ele seria mortal.

Ao receber novamente suas irmãs, Psiquê contou-lhes que estava grávida, e que sua criança seria de origem divina. Suas irmãs ficaram ainda mais enciumadas com sua situação, pois além de todas aquelas riquezas, ela era a esposa de um lindo deus. Assim, trataram de convencer a jovem a olhar a identidade do esposo, pois se ele estava escondendo seu rosto era porque havia algo de errado com ele. Ele realmente deveria ser uma horrível serpente e não um deus maravilhoso.
Assustada com o que suas irmãs disseram, escondeu uma faca e uma lâmpada próxi
mo a sua cama, decidida a conhecer a identidade de seu marido, e se ele fosse realmente um monstro terrível, matá-lo. Ela havia esquecido dos avisos de seu amante, de não dar ouvidos a suas irmãs.

A noite, quando Eros descansava ao seu lado, Psiquê tomou coragem e aproximou a lâmpada do rosto de seu marido, esperando ver uma horrenda criatura. Para sua surpresa, o que viu porém deixou-a maravilhada. Um jovem de extrema beleza estava repousando com tamanha quietude e doçura que ela pensou em tirar a própria vida por haver dele duvidado.
Enfeitiçada por sua beleza, demorou-se admirando o deus alado. Não percebeu que havia inclinado de tal maneira a lâmpada que uma gota de óleo quente caiu sobre o ombro direito de Eros, acordando-o.
Eros olhou-a assustado, e voou pela janela do quarto,
dizendo:

- "Tola Psique! É assim que retribuis meu amor? Depois de haver desobedecido as ordens de minha mãe e te tornado minha esposa, tu me julgavas um monstro e estavas disposta a cortar minha cabeça? Vai. Volta para junto de tuas irmãs, cujos conselhos pareces preferir aos meus. Não lhe imponho outro castigo, além de deixar-te para sempre. O amor não pode conviver com a suspeita.-Quando se recompôs, notou que o lindo castelo a sua volta desaparecera, e que se encontrava bem próxima da casa de seus pais. Psiquê ficou inconsolável. Tentou suicidar-se atirando-se em um rio próximo, mas suas águas a trouxeram gentilmente para sua margem. Foi então alertada por Pan para esquecer o que se passou e procurar novamente ganhar o amor de Eros.

Por sua vez, quando suas irmãs souberam do acontecido, fingiram pesar, mas partiram então para o topo da montanha, pensando em conquistar o amor de Eros. Lá chegando, chamaram o vento Zéfiro, para que as sustentasse no ar e as levasse até Eros. Mas, Zéfiro desta vez não as ergueram no céu, e elas caíram no despenhadeiro, morrendo.
Psiquê, resolvida a reconquistar a confiança de Eros, saiu a sua procura por todos
os lugares da terra, dia e noite, até que chegou a um templo no alto de uma montanha. Com esperança de lá encontrar o amado, entrou no templo e viu uma grande bagunça de grãos de trigo e cevada, ancinhos e foices espalhados por todo o recinto. Convencida que não devia negligenciar o culto a nenhuma divindade, pôs-se a arrumar aquela desordem, colocando cada coisa em seu lugar. Deméter, para quem aquele templo era destinado, ficou profundamente grata e disse-lhe:

- "Ó Psiquê, embora não possa livrá-la da ira de Afrodite, posso ensiná-la a fazê-lo com suas próprias forças: vá ao seu templo e renda a ela as homenagens que ela, como deusa, merece."
Afrodite, ao recebê-la em seu templo, não esconde sua raiva. Afinal, por aquela reles mortal seu filho havia desobedecido suas ordens e agora ele se encontrava em um leito, recuperando-se da ferida por ela causada. Como condição para o seu perdão, a deusa impôs uma série de tarefas que deveria realizar, tarefas tão difíceis que poderiam causar sua morte.
Primeiramente, deveria, antes do anoitecer, separar uma grande quantidade de grãos misturados de trigo, aveia, cevada, feijões e lentilhas. Psiquê ficou assustada diante de tanto trabalho, p
orém uma formiga que estava próxima, ficou comovida com a tristeza da jovem e convocou seu exército a isolar cada uma das qualidades de grão. Como 2ª tarefa, Afrodite ordenou que fosse até as margens de um rio onde ovelhas de lã dourada pastavam e trouxesse um pouco da lã de cada carneiro. Psiquê estava disposta a cruzar o rio quando ouviu um junco dizer que não atravessasse as águas do rio até que os carneiros se pusessem a descansar sob o sol quente, quando ela poderia aproveitar e cortar sua lã. De outro modo, seria atacada e morta pelos carneiros. Assim feito, Psique esperou até o sol ficar bem alto no horizonte, atravessou o rio e levou a Afrodite uma grande quantidade de lã dourada. Sua 3ª tarefa seria subir ao topo de uma alta montanha e trazer para Afrodite uma jarra cheia com um pouco da água escura que jorrava de seu cume. Dentre os perigos que Psiquê enfrentou, estava um dragão que guardava a fonte. Ela foi ajudada nessa tarefa por uma grande águia, que voou baixo próximo a fonte e encheu a jarra com a negra água. Irada com o sucesso da jovem, Afrodite planejou uma última, porém fatal, tarefa. Psiquê deveria descer ao mundo inferior e pedir a Perséfone, que lhe desse um pouco de sua própria beleza, que deveria guardar em uma caixa. Desesperada, subiu ao topo de uma elevada torre e quis atirar-se, para assim poder alcançar o mundo subterrâneo. A torre porém murmurou instruções de como entrar em uma particular caverna para alcançar o reino de Hades. Ensinou-lhe ainda como driblar os diversos perigos da jornada, como passar pelo cão Cérbero e deu-lhe uma moeda para pagar a Caronte pela travessia do rio Estige, advertindo-a: - "Quando Perséfone lhe der a caixa com sua beleza, toma o cuidado, maior que todas as outras coisas, de não olhar dentro da caixa, pois a beleza dos deuses não cabe a olhos mortais."Seguindo essas palavras, conseguiu chegar até Perséfone, que estava sentada imponente em seu trono e recebeu dela a caixa com o precioso tesouro. Tomada porém pela curiosidade em seu retorno, abriu a caixa para espiar. Ao invés de beleza havia apenas um sono terrível que dela se apossou. Eros, curado de sua ferida, voou ao socorro de Psiquê e conseguiu colocar o sono novamente na caixa, salvando-a.

Lembrou-lhe novamente que sua curiosidade havia novamente sido sua grande falta, mas que agora podia apresentar-se à Afrodite e cumprir a tarefa.

Enquanto isso, Eros foi ao encontro de Zeus e implorou a ele que apaziguasse a ira de Afrodite e ratificasse o seu casamento com Psiquê. Atendendo seu pedido, o grande deus do Olimpo ordenou que Hermes conduzisse a jovem à assembléia dos deuses e a ela foi oferecida uma taça de ambrosia. Então com toda a cerimônia, Eros casou-se com Psiquê e no devido tempo nasceu seu filho, chamado Voluptas (Prazer).

(Mitologia grega)

sábado, 1 de outubro de 2011

Olá pessoal meu blog Claudia canto e conto deu problema então fiz outro claudiacantoeconto2 para continuar postando ou acesse o claudiacantoecontopresentinhos, ainda não sei se vou alterar o presentinho ou postar aqui. Bjo